O governador de Mato Grosso em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos), afirmou que o Estado está se empenhando para combater os incêndios no Pantanal, entretanto a mobilização parece pouca perto da força e rapidez das chamas que se espalham pela região.
“Nós estamos fazendo a nossa parte, nos mobilizamos desde o início. Infelizmente, a força do fogo, nesse momento, está sendo maior que a nossa”, disse em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (16).
Na quarta-feira (15), Pivetta sobrevoou o Parque Estadual Encontro das Águas, localizado entre Poconé e Barão de Melgaço, e se reuniu com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em uma das bases da operação, na Pousada Santa Rosa, próxima ao Distrito Porto Jofre.
“Os incêndios realmente são muitos os focos. O nosso pessoal está na frente de combate, muito bem planejado, bem comandado. Vamos torcer para que a chuva venha logo e nos ajude, porque sem chuva realmente é muito difícil”, completou Pivetta.
Questionado sobre uma possível demora do Governo do Estado em acionar entidades para combater as chamas, Pivetta esclarece que tudo foi feito de forma imediata.
“O Governo do Estado se mobilizou imediatamente, no final do mês passado ainda. Nós tivemos a impressão de que vencemos os incêndios, mas surgiram novos focos e nós temos uma capacidade limitada. O Pantanal não é a primeira vez que tem incêndio. Não foi só agora o pedido de ajuda, nós estamos trabalhando integrados [com o Governo Federal] há 15 dias já”, pontuou.
Atuam na região do Pantanal mato-grossense cerca de 100 bombeiros de Mato Grosso, sendo 60 apenas no Parque Estadual Encontro das Águas, e 90 brigadistas do Ibama. As ações contam ainda com o apoio de três aviões da Defesa Civil do Estado, helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) e Ibama, 11 barcos, viaturas e caminhões-pipa.
Raios
Os incêndios que atingem o Pantanal desde o dia 3 de outubro deste ano, tiveram início por conta da seca excepcional e também pelos raios que atingiram a região. De janeiro até agora, um milhão de hectares em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já foram destruídos por queimadas, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Segundo especialistas, a principal causa do fogo na região é a ação humana, mas a seca devido à estiagem histórica contribuiu para agravar o problema de incêndios no Pantanal.
A falta de chuva, as altas temperaturas e ventos fortes também dificultam os trabalhos para apagar os incêndios, que se alastram facilmente por conta da vegetação seca.